Photo © Martin Suchánek, fineartstudio.cz

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PAVEL ROUČKA: UM ARTISTA E SUA JANELA NO TEMPO

PAVEL ROUČKA: UM ARTISTA E SUA JANELA NO TEMPO

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PAVEL ROUČKA: UM ARTISTA E SUA JANELA NO TEMPO

PAVEL ROUČKA: UM ARTISTA E SUA JANELA NO TEMPO

PAVEL ROUČKA: UM ARTISTA E SUA JANELA NO TEMPO

Nascido em Praga, República Tcheca, em 20 de junho de 1942, Pavel Roučka testemunhou em sua infância os impactos da segunda Guerra e da invasão alemã, em seguida substituída pela mão forte da União Soviética sobre seu país, durante décadas. A Revolução de Veludo e o regime democrático vieram em 1989.

Formou-se em Geodésia e Cartografia em 1960. Entre 1968 e 1969, trabalhou como cenógrafo de animações em Bruxelas. Em 1974, expandiu sua expressão artística para além da pintura, utilizando técnicas como rotogravura e verniz fundido, e, em 1977, começou a criar litografias com temas bíblicos e kafkianos. A partir dos anos 80, focou na pintura e no desenho, tornando-se conhecido por suas composições figurativas expressivas e uso de cores inusitadas.

 

Roučka e Kafka: um encontro profundo e revelador. As sombras, os labirintos e as muitas nuances de Kafka se co-fundiram com as cores e as formas da arte de Roučka, criando uma sintonia que transcende as fronteiras entre a realidade e a imaginação. Os quadros e a literatura escrevem uma nova história. Poética, dramática.


Roučka, nas última décadas, teve suas obras em destaque em exposições internacionais, como na Igreja Minorita em Regensburg e no Nassau County Museum, em Nova York. Em 1995, após consolidar sua carreira como artista plástico, aprimorou suas habilidades na Académie de Beaux Arts de Paris.


Com uma carreira repleta de prêmios, incluindo a Bolsa de Pintura da União dos Artistas Tchecos em 1969 e a Ordem das Palmas Académiques em 2003, suas obras estão presentes em importantes instituições, como a Galeria Nacional de Praga e em coleções ao redor do mundo. Roučka participou de mais de 100 exposições individuais em galerias e museus em diversos países, incluindo EUA, França, e Japão, destacando-se no Museu de Arte de Portland.

Nascido em Praga, República Tcheca, em 20 de junho de 1942, Pavel Roučka testemunhou em sua infância os impactos da segunda Guerra e da invasão alemã, em seguida substituída pela mão forte da União Soviética sobre seu país, durante décadas. A Revolução de Veludo e o regime democrático vieram em 1989.

Formou-se em Geodésia e Cartografia em 1960. Entre 1968 e 1969, trabalhou como cenógrafo de animações em Bruxelas. Em 1974, expandiu sua expressão artística para além da pintura, utilizando técnicas como rotogravura e verniz fundido, e, em 1977, começou a criar litografias com temas bíblicos e kafkianos. A partir dos anos 80, focou na pintura e no desenho, tornando-se conhecido por suas composições figurativas expressivas e uso de cores inusitadas.

 

Roučka e Kafka: um encontro profundo e revelador. As sombras, os labirintos e as muitas nuances de Kafka se co-fundiram com as cores e as formas da arte de Roučka, criando uma sintonia que transcende as fronteiras entre a realidade e a imaginação. Os quadros e a literatura escrevem uma nova história. Poética, dramática.


Roučka, nas última décadas, teve suas obras em destaque em exposições internacionais, como na Igreja Minorita em Regensburg e no Nassau County Museum, em Nova York. Em 1995, após consolidar sua carreira como artista plástico, aprimorou suas habilidades na Académie de Beaux Arts de Paris.


Com uma carreira repleta de prêmios, incluindo a Bolsa de Pintura da União dos Artistas Tchecos em 1969 e a Ordem das Palmas Académiques em 2003, suas obras estão presentes em importantes instituições, como a Galeria Nacional de Praga e em coleções ao redor do mundo. Roučka participou de mais de 100 exposições individuais em galerias e museus em diversos países, incluindo EUA, França, e Japão, destacando-se no Museu de Arte de Portland.

Nascido em Praga, República Tcheca, em 20 de junho de 1942, Pavel Roučka testemunhou em sua infância os impactos da segunda Guerra e da invasão alemã, em seguida substituída pela mão forte da União Soviética sobre seu país, durante décadas. A Revolução de Veludo e o regime democrático vieram em 1989.

Formou-se em Geodésia e Cartografia em 1960. Entre 1968 e 1969, trabalhou como cenógrafo de animações em Bruxelas. Em 1974, expandiu sua expressão artística para além da pintura, utilizando técnicas como rotogravura e verniz fundido, e, em 1977, começou a criar litografias com temas bíblicos e kafkianos. A partir dos anos 80, focou na pintura e no desenho, tornando-se conhecido por suas composições figurativas expressivas e uso de cores inusitadas.

 

Roučka e Kafka: um encontro profundo e revelador. As sombras, os labirintos e as muitas nuances de Kafka se co-fundiram com as cores e as formas da arte de Roučka, criando uma sintonia que transcende as fronteiras entre a realidade e a imaginação. Os quadros e a literatura escrevem uma nova história. Poética, dramática.


Roučka, nas última décadas, teve suas obras em destaque em exposições internacionais, como na Igreja Minorita em Regensburg e no Nassau County Museum, em Nova York. Em 1995, após consolidar sua carreira como artista plástico, aprimorou suas habilidades na Académie de Beaux Arts de Paris.


Com uma carreira repleta de prêmios, incluindo a Bolsa de Pintura da União dos Artistas Tchecos em 1969 e a Ordem das Palmas Académiques em 2003, suas obras estão presentes em importantes instituições, como a Galeria Nacional de Praga e em coleções ao redor do mundo. Roučka participou de mais de 100 exposições individuais em galerias e museus em diversos países, incluindo EUA, França, e Japão, destacando-se no Museu de Arte de Portland.

Nascido em Praga, República Tcheca, em 20 de junho de 1942, Pavel Roučka testemunhou em sua infância os impactos da segunda Guerra e da invasão alemã, em seguida substituída pela mão forte da União Soviética sobre seu país, durante décadas. A Revolução de Veludo e o regime democrático vieram em 1989.

Formou-se em Geodésia e Cartografia em 1960. Entre 1968 e 1969, trabalhou como cenógrafo de animações em Bruxelas. Em 1974, expandiu sua expressão artística para além da pintura, utilizando técnicas como rotogravura e verniz fundido, e, em 1977, começou a criar litografias com temas bíblicos e kafkianos. A partir dos anos 80, focou na pintura e no desenho, tornando-se conhecido por suas composições figurativas expressivas e uso de cores inusitadas.

 

Roučka e Kafka: um encontro profundo e revelador. As sombras, os labirintos e as muitas nuances de Kafka se co-fundiram com as cores e as formas da arte de Roučka, criando uma sintonia que transcende as fronteiras entre a realidade e a imaginação. Os quadros e a literatura escrevem uma nova história. Poética, dramática.


Roučka, nas última décadas, teve suas obras em destaque em exposições internacionais, como na Igreja Minorita em Regensburg e no Nassau County Museum, em Nova York. Em 1995, após consolidar sua carreira como artista plástico, aprimorou suas habilidades na Académie de Beaux Arts de Paris.


Com uma carreira repleta de prêmios, incluindo a Bolsa de Pintura da União dos Artistas Tchecos em 1969 e a Ordem das Palmas Académiques em 2003, suas obras estão presentes em importantes instituições, como a Galeria Nacional de Praga e em coleções ao redor do mundo. Roučka participou de mais de 100 exposições individuais em galerias e museus em diversos países, incluindo EUA, França, e Japão, destacando-se no Museu de Arte de Portland.

"Eu escrevo diferente do que falo,

eu falo diferente do que penso,

eu penso diferente do que deveria,

e assim tudo se transforma na mais profunda escuridão."

Franz Kafka

"Eu escrevo diferente do que falo,

eu falo diferente do que penso,

eu penso diferente do que deveria,

e assim tudo se transforma na mais profunda escuridão."

Franz Kafka

"Eu escrevo diferente do que falo,

eu falo diferente do que penso,

eu penso diferente do que deveria,

e assim tudo se transforma na mais profunda escuridão."

Franz Kafka

"Eu escrevo diferente do que falo,

eu falo diferente do que penso,

eu penso diferente do que deveria,

e assim tudo se transforma na mais profunda escuridão."

Franz Kafka

Gosto de imaginar a linguagem de uma pessoa por volta de 500 d.C., durante a chamada migração dos povos, quando uma única expressão bastava para dizer “ter algo, ser, ir, simplesmente viver”. O ser humano não possuía nada e, para permanecer vivo, tinha de se mover, andar. Sim, esses são os ancestrais de todos nós que usamos línguas românicas, germânicas e eslavas – os incríveis idiomas indo europeus dos tempos modernos.


No entanto, sinto-me atraído por uma linguagem diferente, inigualável, a linguagem de Franz Kafka, que há mais de cem anos, usando palavras (como tons plenos de cores?) e palavrinhas (como semitons coloridos?), adentra nosso subconsciente, transcende a consciência e questiona a palavra falada, ciente de que ela pode soar completamente diferente…


É por isso que a arte, segundo Kafka, “voa ao redor da verdade”, não havendo como contorná-la. É provavelmente por isso que o artista, preso na armadilha da obsessão, faz tentativa após tentativa para alcançar a verdade. Com cada nova obra, com cada nova pintura, ele gradualmente compõe aquela imagem característica de si mesmo. Para mim, essa busca e expressão da “forma” da verdade dura muitas décadas e – com o passar dos anos (infelizmente, com o tempo se esgotando) – torna-se cada vez mais intensa.


Ao descobrir minha primeira paixão literária, O castelo, de Kafka, eu – um estudante de agrimensura não muito entusiasmado, que passava o tempo rabiscando embaixo da carteira – imediatamente me identifiquei com o personagem agrimensor K., que também não demonstrava muita pressa para começar a trabalhar no castelo.


A partir de desenhos e litografias, especialmente na década de 1980, cheguei a uma curiosa série de pinturas de dois metros de altura que ilustravam a obra O castelo. Entre 1989 e 1991, graças à feliz transformação política em nosso país e à sua abertura para o mundo, algumas delas foram exibidas no Museen der Stadt Regensburg, na Alemanha, no Nassau County Museum of Art, em Nova York, e posteriormente na Christie’s, também em Nova York.


Produzi e continuo produzindo trabalhos sobre os textos curtos de Kafka, destacando-se, até o momento, “A próxima aldeia” e “Descrição de uma luta”. Nas décadas de 1980 e 1990, dediquei-me com grande empenho à bibliofilia. Para a cidade de Baarn, nos Países Baixos, criei litografias para os textos “Uma mensagem imperial”, “O caçador Graco” e “Diante da lei”, em 1984. Nos anos 1980, ilustrei as edições de O casal, Diários e, novamente, O castelo, publicadas pelo Frederikshavn Kunstmuseum. Em Praga, Carta ao pai e Cartas a Felice, em 1991. Não esqueci de incluir no catálogo, em 1983, os desenhos de crianças francesas em idade escolar na minha exposição, predominantemente kafkiana.


A providência tem sido tão benevolente comigo que ainda posso refletir – em vez de me prender à vida cotidiana –sobre o curso da natureza, as leis da arquitetura e, acima de tudo, a pintura.


Apesar de meu interesse por outros temas, como esporte, música (Antonín Dvořák), histórias bíblicas ou a paisagem barroca tcheca, a fascinação por Kafka permanece, e a inspiração (para mim, apesar de todas as lamentações kafkianas) no feliz K. (happy man K.) ocupa grande parte da minha criação artística.


Uma grande família, muitos amigos e a possibilidade de trabalhar todos os dias são os maiores privilégios que a vida me concedeu.

Gosto de imaginar a linguagem de uma pessoa por volta de 500 d.C., durante a chamada migração dos povos, quando uma única expressão bastava para dizer “ter algo, ser, ir, simplesmente viver”. O ser humano não possuía nada e, para permanecer vivo, tinha de se mover, andar. Sim, esses são os ancestrais de todos nós que usamos línguas românicas, germânicas e eslavas – os incríveis idiomas indo europeus dos tempos modernos.


No entanto, sinto-me atraído por uma linguagem diferente, inigualável, a linguagem de Franz Kafka, que há mais de cem anos, usando palavras (como tons plenos de cores?) e palavrinhas (como semitons coloridos?), adentra nosso subconsciente, transcende a consciência e questiona a palavra falada, ciente de que ela pode soar completamente diferente…


É por isso que a arte, segundo Kafka, “voa ao redor da verdade”, não havendo como contorná-la. É provavelmente por isso que o artista, preso na armadilha da obsessão, faz tentativa após tentativa para alcançar a verdade. Com cada nova obra, com cada nova pintura, ele gradualmente compõe aquela imagem característica de si mesmo. Para mim, essa busca e expressão da “forma” da verdade dura muitas décadas e – com o passar dos anos (infelizmente, com o tempo se esgotando) – torna-se cada vez mais intensa.


Ao descobrir minha primeira paixão literária, O castelo, de Kafka, eu – um estudante de agrimensura não muito entusiasmado, que passava o tempo rabiscando embaixo da carteira – imediatamente me identifiquei com o personagem agrimensor K., que também não demonstrava muita pressa para começar a trabalhar no castelo.


A partir de desenhos e litografias, especialmente na década de 1980, cheguei a uma curiosa série de pinturas de dois metros de altura que ilustravam a obra O castelo. Entre 1989 e 1991, graças à feliz transformação política em nosso país e à sua abertura para o mundo, algumas delas foram exibidas no Museen der Stadt Regensburg, na Alemanha, no Nassau County Museum of Art, em Nova York, e posteriormente na Christie’s, também em Nova York.


Produzi e continuo produzindo trabalhos sobre os textos curtos de Kafka, destacando-se, até o momento, “A próxima aldeia” e “Descrição de uma luta”. Nas décadas de 1980 e 1990, dediquei-me com grande empenho à bibliofilia. Para a cidade de Baarn, nos Países Baixos, criei litografias para os textos “Uma mensagem imperial”, “O caçador Graco” e “Diante da lei”, em 1984. Nos anos 1980, ilustrei as edições de O casal, Diários e, novamente, O castelo, publicadas pelo Frederikshavn Kunstmuseum. Em Praga, Carta ao pai e Cartas a Felice, em 1991. Não esqueci de incluir no catálogo, em 1983, os desenhos de crianças francesas em idade escolar na minha exposição, predominantemente kafkiana.


A providência tem sido tão benevolente comigo que ainda posso refletir – em vez de me prender à vida cotidiana –sobre o curso da natureza, as leis da arquitetura e, acima de tudo, a pintura.


Apesar de meu interesse por outros temas, como esporte, música (Antonín Dvořák), histórias bíblicas ou a paisagem barroca tcheca, a fascinação por Kafka permanece, e a inspiração (para mim, apesar de todas as lamentações kafkianas) no feliz K. (happy man K.) ocupa grande parte da minha criação artística.


Uma grande família, muitos amigos e a possibilidade de trabalhar todos os dias são os maiores privilégios que a vida me concedeu.

Gosto de imaginar a linguagem de uma pessoa por volta de 500 d.C., durante a chamada migração dos povos, quando uma única expressão bastava para dizer “ter algo, ser, ir, simplesmente viver”. O ser humano não possuía nada e, para permanecer vivo, tinha de se mover, andar. Sim, esses são os ancestrais de todos nós que usamos línguas românicas, germânicas e eslavas – os incríveis idiomas indo europeus dos tempos modernos.


No entanto, sinto-me atraído por uma linguagem diferente, inigualável, a linguagem de Franz Kafka, que há mais de cem anos, usando palavras (como tons plenos de cores?) e palavrinhas (como semitons coloridos?), adentra nosso subconsciente, transcende a consciência e questiona a palavra falada, ciente de que ela pode soar completamente diferente…


É por isso que a arte, segundo Kafka, “voa ao redor da verdade”, não havendo como contorná-la. É provavelmente por isso que o artista, preso na armadilha da obsessão, faz tentativa após tentativa para alcançar a verdade. Com cada nova obra, com cada nova pintura, ele gradualmente compõe aquela imagem característica de si mesmo. Para mim, essa busca e expressão da “forma” da verdade dura muitas décadas e – com o passar dos anos (infelizmente, com o tempo se esgotando) – torna-se cada vez mais intensa.


Ao descobrir minha primeira paixão literária, O castelo, de Kafka, eu – um estudante de agrimensura não muito entusiasmado, que passava o tempo rabiscando embaixo da carteira – imediatamente me identifiquei com o personagem agrimensor K., que também não demonstrava muita pressa para começar a trabalhar no castelo.


A partir de desenhos e litografias, especialmente na década de 1980, cheguei a uma curiosa série de pinturas de dois metros de altura que ilustravam a obra O castelo. Entre 1989 e 1991, graças à feliz transformação política em nosso país e à sua abertura para o mundo, algumas delas foram exibidas no Museen der Stadt Regensburg, na Alemanha, no Nassau County Museum of Art, em Nova York, e posteriormente na Christie’s, também em Nova York.


Produzi e continuo produzindo trabalhos sobre os textos curtos de Kafka, destacando-se, até o momento, “A próxima aldeia” e “Descrição de uma luta”. Nas décadas de 1980 e 1990, dediquei-me com grande empenho à bibliofilia. Para a cidade de Baarn, nos Países Baixos, criei litografias para os textos “Uma mensagem imperial”, “O caçador Graco” e “Diante da lei”, em 1984. Nos anos 1980, ilustrei as edições de O casal, Diários e, novamente, O castelo, publicadas pelo Frederikshavn Kunstmuseum. Em Praga, Carta ao pai e Cartas a Felice, em 1991. Não esqueci de incluir no catálogo, em 1983, os desenhos de crianças francesas em idade escolar na minha exposição, predominantemente kafkiana.


A providência tem sido tão benevolente comigo que ainda posso refletir – em vez de me prender à vida cotidiana –sobre o curso da natureza, as leis da arquitetura e, acima de tudo, a pintura.


Apesar de meu interesse por outros temas, como esporte, música (Antonín Dvořák), histórias bíblicas ou a paisagem barroca tcheca, a fascinação por Kafka permanece, e a inspiração (para mim, apesar de todas as lamentações kafkianas) no feliz K. (happy man K.) ocupa grande parte da minha criação artística.


Uma grande família, muitos amigos e a possibilidade de trabalhar todos os dias são os maiores privilégios que a vida me concedeu.

Gosto de imaginar a linguagem de uma pessoa por volta de 500 d.C., durante a chamada migração dos povos, quando uma única expressão bastava para dizer “ter algo, ser, ir, simplesmente viver”. O ser humano não possuía nada e, para permanecer vivo, tinha de se mover, andar. Sim, esses são os ancestrais de todos nós que usamos línguas românicas, germânicas e eslavas – os incríveis idiomas indo europeus dos tempos modernos.


No entanto, sinto-me atraído por uma linguagem diferente, inigualável, a linguagem de Franz Kafka, que há mais de cem anos, usando palavras (como tons plenos de cores?) e palavrinhas (como semitons coloridos?), adentra nosso subconsciente, transcende a consciência e questiona a palavra falada, ciente de que ela pode soar completamente diferente…


É por isso que a arte, segundo Kafka, “voa ao redor da verdade”, não havendo como contorná-la. É provavelmente por isso que o artista, preso na armadilha da obsessão, faz tentativa após tentativa para alcançar a verdade. Com cada nova obra, com cada nova pintura, ele gradualmente compõe aquela imagem característica de si mesmo. Para mim, essa busca e expressão da “forma” da verdade dura muitas décadas e – com o passar dos anos (infelizmente, com o tempo se esgotando) – torna-se cada vez mais intensa.


Ao descobrir minha primeira paixão literária, O castelo, de Kafka, eu – um estudante de agrimensura não muito entusiasmado, que passava o tempo rabiscando embaixo da carteira – imediatamente me identifiquei com o personagem agrimensor K., que também não demonstrava muita pressa para começar a trabalhar no castelo.


A partir de desenhos e litografias, especialmente na década de 1980, cheguei a uma curiosa série de pinturas de dois metros de altura que ilustravam a obra O castelo. Entre 1989 e 1991, graças à feliz transformação política em nosso país e à sua abertura para o mundo, algumas delas foram exibidas no Museen der Stadt Regensburg, na Alemanha, no Nassau County Museum of Art, em Nova York, e posteriormente na Christie’s, também em Nova York.


Produzi e continuo produzindo trabalhos sobre os textos curtos de Kafka, destacando-se, até o momento, “A próxima aldeia” e “Descrição de uma luta”. Nas décadas de 1980 e 1990, dediquei-me com grande empenho à bibliofilia. Para a cidade de Baarn, nos Países Baixos, criei litografias para os textos “Uma mensagem imperial”, “O caçador Graco” e “Diante da lei”, em 1984. Nos anos 1980, ilustrei as edições de O casal, Diários e, novamente, O castelo, publicadas pelo Frederikshavn Kunstmuseum. Em Praga, Carta ao pai e Cartas a Felice, em 1991. Não esqueci de incluir no catálogo, em 1983, os desenhos de crianças francesas em idade escolar na minha exposição, predominantemente kafkiana.


A providência tem sido tão benevolente comigo que ainda posso refletir – em vez de me prender à vida cotidiana –sobre o curso da natureza, as leis da arquitetura e, acima de tudo, a pintura.


Apesar de meu interesse por outros temas, como esporte, música (Antonín Dvořák), histórias bíblicas ou a paisagem barroca tcheca, a fascinação por Kafka permanece, e a inspiração (para mim, apesar de todas as lamentações kafkianas) no feliz K. (happy man K.) ocupa grande parte da minha criação artística.


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